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Foto do escritorDR JOSÉ AUGUSTO NASSER PHD

Pequenas partículas de poliestireno detectadas no cérebro apenas duas horas após a ingestão




Duas horas após a ingestão, pequenas partículas de poliestireno, um plástico amplamente utilizado comumente usado para embalagem de alimentos, podem ser detectadas no cérebro. Essas partículas de plástico podem aumentar o risco de neuroinflamação e neurodegeneração.

Fonte: Universidade de Viena

O estudo foi realizado em modelo animal com administração oral de MNPs, neste caso o poliestireno, um plástico amplamente utilizado que também é encontrado em embalagens de alimentos.

Liderada por Lukas Kenner (Departamento de Patologia da MedUni Viena e Departamento de Patologia Animal de Laboratório da Vetmeduni) e Oldamur Hollóczki (Departamento de Físico-Química, Universidade de Debrecen, Hungria), a equipe de pesquisa foi capaz de determinar que minúsculas partículas de poliestireno poderiam ser detectadas no cérebro apenas duas horas após a ingestão.

O mecanismo que lhes permitiu romper a barreira hematoencefálica era anteriormente desconhecido para a ciência médica.

"Com a ajuda de modelos de computador, descobrimos que uma certa estrutura de superfície (coroa biomolecular) era crucial para permitir que as partículas de plástico passassem para o cérebro", explicou Oldamur Hollóczki.

Pesquisando o impacto na saúde

A barreira hematoencefálica é uma barreira celular importante que impede que patógenos ou toxinas cheguem ao cérebro. O intestino tem uma parede protetora semelhante (barreira intestinal), que também pode ser violada por MNPs, como vários estudos científicos demonstraram.

Pesquisas intensivas estão sendo conduzidas sobre os efeitos na saúde das partículas de plástico no corpo. MNPs no trato gastrointestinal já foram associados com reações inflamatórias e imunes locais, e o desenvolvimento de câncer.


"No cérebro, as partículas de plástico podem aumentar o risco de inflamação, distúrbios neurológicos ou mesmo doenças neurodegenerativas, como Alzheimer ou Parkinson", disse Lukas Kenner, apontando que mais pesquisas são necessárias nessa área.

Restringir o uso de MNPs

Os nanoplásticos são definidos como tendo um tamanho inferior a 0,001 milímetros, enquanto em 0,001 a 5 milímetros, alguns microplásticos ainda são visíveis a olho nu. Os MNPs entram na cadeia alimentar através de várias fontes, incluindo resíduos de embalagens.

Mas não é apenas a comida sólida que desempenha um papel, mas também os líquidos: de acordo com um estudo, qualquer um que beba os 1,5-2 litros de água recomendados por dia de garrafas plásticas acabará ingerindo cerca de 90.000 partículas de plástico por ano no processo.

No entanto, beber água da torneira pode – dependendo da localização geográfica – ajudar a reduzir esse número para 40.000.

"Para minimizar o dano potencial das partículas de micro e nanoplástico para os seres humanos e o meio ambiente, é crucial limitar a exposição e restringir seu uso enquanto mais pesquisas são realizadas sobre os efeitos dos MNPs", explicou Lukas Kenner.

O mecanismo recém-descoberto pelo qual os MNPs rompem barreiras de proteção no corpo tem o potencial de avançar a pesquisa nesta área de forma decisiva.

Author: Karin Kirschbichler

Source: University of Vienna

Contact: Karin Kirschbichler – University of Vienna


Original Research: Open access.

“Micro- and Nanoplastics Breach the Blood–Brain Barrier (BBB): Biomolecular Corona’s Role Revealed” by Lukas Kenner et al. Nanomaterials


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